
Calma, ainda não estou falando da minha. Final de semana passado fomos comemorar o aniversário da Cá e se despedir da casa que agora será de outra pessoa. Não estou triste pela venda, mas sei que vou sentir saudade e toda vez que for para Praia Grande vou querer passar por lá.
Tinha um certo orgulho de falar que foi a segunda casa da rua a ser construída e que na época nem tinha energia elétrica. Já me contaram várias histórias com poços, sapos, assaltos... minha mãe passou a infância lá, eu passei a minha, já meus filhos vão passar em outro lugar. Já disse, não é uma coisa ruim, meus filhos vão estar muito bem sem essa casa, são só pensamentos.
Andava de “tonguinha” naquelas calçadas, aprendi a andar de bicicleta naquela rua esfolando os joelhos nela.
Passava as férias todas lá, no Carnaval eu e minhas primas dançando É o Tchan no quintal e olhando os vizinhos jogando água uns nos outros em alguma brincadeira de “adulto”, que jogo era aquele mesmo? Não lembro mais.
Tomava sorvete Yopa num lugar gigante cheio de guarda-sol azul.
Conheci muitas pessoas que falo até hoje e outras que nunca mais vi, mas todas já ficaram em casa com a gente por que não podíamos sair depois das 10 da noite. Assim joguei muito burro, mau mau, detetive, truco...e o que mais mesmo? Já fiz aula de Body Jump no quintal. Beijei com medo que minha mãe visse. Inventei passos de axé. Sentei na calçada só para ver as pessoas passando.
Fiquei muito tempo na estrada também por causa dessa casa, jogando O que Lembra, Stop, e abaixando a cabeça dentro dos túneis, porque se não você perde ela, sabia?
Saudadezinha gostosa.