quarta-feira, 1 de outubro de 2008

É incrível como existem pessoas quadjuvantes na nossa vida, não estou falando daquelas que um dia fez alguma coisa marcante e sumiu, essas são personagens secundários, estou falando daquelas que você vê várias vezes durante um tempo e não sabe nada sobre elas.

Na rua que desço para o metrô existem alguns. O dono da lojinha de fogos de artifício, gordinho de bochechas vermelhas que está sempre de bermuda e chinelo porque, imagino eu, mora em cima da loja, então nem se preocupa em se arrumar para trabalhar. Nessa mesma rua, no mesmo quarteirão, tem a senhora evangélica que todos os dias com o mesmo penteado rabo de cavalo com trança nos cabelos grisalhos e saia até o joelho. Imagino o guarda roupa dela com várias saias iguais que só mudam de cor.

Tem o famoso cara da Dna Veridiana, o Quatropãodequeijosópagaumrealaceitapasse, esse com certeza fez parte da minha vida.

Tem o moço que entrega água e está sempre passando de bicicleta na minha rua.

Quando trabalhava perto de casa passava sempre por um lava rápido que a dona só usava vestidos, de todas as cores e formatos, mas sempre vestidos com grandes decotes e se fazia frio ela colocava uma blusa por cima. Ontem fui no posto que ficava no caminho dessa agência perto de casa, passei pela moça de vestido e parei para abastecer, dei a chave para o frentista e ele disse “Você não trabalhava ali? Está diferente, parecia mais alta”. Talvez eu também seja uma quadjuvante na vida de algumas pessoas.

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